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quinta-feira, 19 de abril de 2012

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Hoje é o Dia Nacional do Livro Infantil. Eu, Indira e Washington, meus queridos e amados personagens, desejamos vida longa à literatura e ao livro. Que a Indira ultrapasse fronteiras, como, aliás já tem feito. Bom dia do livro para você!!!!!!!!!!!!!!



kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 5 de abril de 2012


Pequenas doses de arnica

Chegou guiada pela dor.  Uma dor aparentemente física, mas, na verdade, era a alma o que lhe doía.
- Para  uma alma fraturada, pequenas doses de arnica, ele dizia.
Foi assim que eles se conheceram, entre muitos tipos de dinamizações.
Ela não sabe dizer se chovia ou fazia sol, sabe apenas que imaginou reconhecê-lo através de um despretensioso esbarrão em uma rua qualquer da cidade. Mas não, uma pequena fratura, uma dobradura da alma e ele estava ali, diante dela, ao alcance de suas mãos.
Ele não; ele soube dela assim que a viu naquele dia. Soube de todos os seus significados; o pescoço à mostra, o desenho da cintura e o discreto jeito de, ao mesmo tempo em que lia, acompanhá-lo com um olhar de quem interpretava cada linha dele.
E era sempre assim. Às vezes, ela em pé, parada na porta, e  uma das mãos dele, como se distraída, resvalava as coxas dela. Outras vezes, um carinho que ele fazia em uma das mãos dela levava-a a esquecer, por alguns segundos, possíveis tragicidades escritas ali. Ela sentia medo dos caminhos que aquelas linhas indicavam, por isso escondia ao máximo o grande número de riscos que suas mãos traziam.
Ela nunca lhe contou, mas, certo dia, seus pulsos arderam, desejando um leve corte de veia e a viva temperatura do sangue, porém, meio sonhando, meio acordada, teve a  impressão de que ele acariciava-lhe os pulsos que ainda ardiam, mas agora de outra querência.
Ele, por sua vez, silenciosamente, desejou falar de seu querer por ela. Nesse dia sim chovia forte e nenhum dos dois mencionava sequer palavra. Música só a dos grossos pingos d’água caindo sobre as telhas. Ele deixava que seus joelhos esbarrassem nos joelhos dela, na busca de falar de sua proximidade. Suas mãos, quis pousadas sobre as coxas dela, desta vez propositalmente, conscientes do que faziam, queriam e diziam. Dono de seu desejo  as levaria até os fartos quadris da mulher e as repousaria ali na junção entre as coxas e o ventre.
-Ah se pudesse perguntar qual perfume ela usa que deixa esse cheiro assim forte e doce ao mesmo tempo, ele pensou.
Mas a tal da ousadia só nos visita em sonho, nesse estado meio de transe, quando não temos mesmo consciência de quem somos. Não perguntou, restou-lhe imaginar-se tocado por aquele aroma que vinha dela ou da terra molhada pela chuva, já não sabia. Ela possuía a cor da terra, cor de barro molhado. Seus seios que pareciam moldados por uma artesã estavam ali ao alcance de suas mãos. Ele ainda tentava disfarçar o suor que lhe escorria pela testa, mas não tinha mais jeito. Ela deitada, ele sobre ela, os pingos da chuva sobre as telhas...
Jussara Santos



Ruídos



 Ah, essa coisa de acordar todos os dias, espreguiçar, investigar o quarto canto por canto, para ter a certeza de que de fato acordou e de que está de fato ali, sempre ali, no mesmo lugar; assentar-se na cama, refletir se põe os pés no chão, se calça os chinelos; ah, esse corpo sem excessos de gordura ergue-se pesado, caminha até a janela, abre as cortinas e lá está o sol, esse maldito sol, sempre esse sol; depois, chega até a porta do quarto, encosta o ouvido nela tentando identificar os primeiros barulhos da manhã, nada de rádio ou tevê, no banheiro apenas o som da descarga, a água da pia; na cozinha, o apito, o leite, a chaleira, a água quente do café talvez tenha caído dentro da garrafa térmica  e essa água em fervura faz coro com o ambiente que parece em eterno estado de ebulição; outro alguém levanta e com ele a torturante ausência de bom dia ou coisa que valha; o filtro, a água do filtro e aquele beber dele cada dia mais lento, cada dia mais devagar; ah,  mas, e se de olhos fechados, o som daqueles intermináveis goles d’água lembrarem a você uma fonte, um barulho de rio te afastando da  chaleira, do café que, distraído, ultrapassa os limites da garrafa e molha a mesa, caindo gota a gota no chão, provocando o enérgico bater da porta do armário, a raivosa toalha de papel; a faca bate no prato quando uma maçã é partida ao meio e o atrito dela em certos dentes parece querer dizer do quanto eles são saudáveis; não se diz palavra naquele lugar, mas rangem-se dentes, tritura-se toda a ordem de frutos e cereais, corpos passam rentes, quase se esbarram, quase...  já o sol, esse não faz cerimônia,  entra e sai por todos os poros que encontra e em segundos cada qual segue caminho, chaves na porta cerram o silêncio.
Jussara Santos

segunda-feira, 2 de abril de 2012


Não passaria de hoje

Todos os dias dizia que não sairia mais às pressas para encontrar-se com ele. Mas não tinha jeito. Bastava o telefone tocar e lá estava ela a tomar banho,  a vestir a melhor roupa, a chamar um táxi e ir ao encontro dele.
Mas, desta vez, jurou que se ele ligasse, terminaria tudo. Sairia com ele, mas para romper pessoalmente. Sempre soube que ele a namorava e também a outras três. Dizia que não se apaixonava por nenhuma delas para não comprometer seu casamento.  Porém, dessa vez, ia terminar, estava segura disso.
Assim, quando o telefone tocou e do outro lado da linha ele disse que passaria para pegá-la, não teve dúvidas: disse sim. Afinal, ia romper o relacionamento. Tomou o melhor banho, perfumou-se, pôs a saia mais curta que tinha e plantou-se frente ao interfone. Não quis descer para não ter de ouvir as cantadas baratas e os galanteios de Seu Egídio, o porteiro.
Por causa do calor e por causa da demora dele (seria de propósito? ela pensou) já transpirava mais do que queria. As mãos, os pés, melhor trocar os sapatos. Pôs os tamancos. Não suportava aqueles saltos, mas ele gostava de ver seus pés à mostra. Dizia que nunca vira pés tão bonitos e delicados. Mas e os pés das outras três? Ou elas não teriam pés (pensou). Bom, isso  não importava mais.
O interfone toca, ele está lá. Era hoje ou nunca. Uma olhada rápida no apartamento, sai. O elevador não ajuda. Ela tem pressa, quer ver-se logo livre daquilo. Parte ruidosamente pela escada mesmo.
Ela só não contava com a surpresa que lhe reservava um de seus tamancos.
Um salto que quebra. Um escorregão em um dos degraus. Mãos suadas ainda tentam um corrimão. Desequilíbrio.
Nada fazia aquele corpo parar de rolar escada abaixo. Só mesmo o fim da escada.
Atônito com o que vê, Seu Egídio traz, junto ao peito, um dos tamancos e a pequena bolsa da moça.
Movidos pelo barulho moradores começam a chegar na portaria.
Seu Egídio ainda busca compor o corpo daquela a quem dirigia galanteios. Cobre-o com seu paletó.
Hoje, é, não passaria de hoje.
Jussara Santos




Ei pessoal, essa imagem é só pra dizer: no domingo de Páscoa, depois de renovar-se, dar graças e tudo mais, esqueça tudo que seu médico passou e passa o ano todo falando pra você e caia de boca no chocolate. Afinal, o chocolate faz bem à saúde, não é mesmo?!!!!!!!! Caso não possa com açúcar, não se preocupe, há o chocolate sem açúcar, há sem lactose, enfim há para todos os gostos!!!!!!!!!!!!!kkkkkkkkkkkkkkkk Bom chocolate para nós!!!!!!!