PROJETO LATEMA (Lata-poema)
METÁFORA
Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontível
Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível
Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudo nada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível
Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontível
Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível
Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudo nada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível
Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora
Gilberto
Gil
Justificativa
Em artigo acerca da
publicação dos textos poéticos, o escritor Ronald Claver[3]
traz as seguintes interrogações:
“Onde está a
poesia que explode nos bares e nas esquinas? Onde está a poesia que provoca os
corações adolescentes e grita nos porões da memória adulta? E a poesia que
embala os sonhos dos meninos perdidos nos apartamentos da vida? Nos livros
atuais, não está. Está escondida em
alguma secreta estante de um bom poeta ofuscado pela mídia. Está
distante dos olhos e da sensibilidade do povo em geral.” (2007)
Certamente, essas interrogações
não são feitas todos os dias apenas por Claver, mas muitos de nós - escritores,
apreciadores de poesia, leitores - as fazemos também. A poesia parece cada vez
mais distante, escrita por poucos, lida por poucos. Mas será mesmo assim?
Cremos que sua feitura acontece cotidianamente, há sempre um poeta de plantão,
atento, observando gestos, coisas, registrando em sua memória tudo aquilo de célebre, de
instigante, tudo aquilo de pétala, de flor e ( por que não?) de espinho.
Porém, ainda que a poesia esteja
sendo escrita de diferentes formas, por diferentes poetas, sua circulação é
muita pequena. Infelizmente ela ainda passa longe de muitas salas de aula, já
que alguns professores, temendo-a, navegam em águas, aparentemente mais calmas,
do texto em prosa. Nos
livros didáticos são pano de fundo algumas vezes, entrecortadas formam colchas
de retalhos poéticos. As editoras editam: “poesia não é vendável” e poetas e
poemas amargam uma chance, quem sabe...
Fazendo coro com Claver: é preciso acreditar e
investir na poesia. O Projeto Latema nasce dessa crença. Crença na
poesia, crença no seu fazedor - o poeta. Uma vez que editar um livro não é
tarefa das mais fáceis no Brasil, muitos deixam seus textos escondidos no fundo
de gavetas. Que tal abri-las e deixar que os textos/poemas respirem?
Objetivos
.Divulgar e multiplicar a poesia
daqui, dali e “dacolá”.
.Facilitar para o escritor a circulação de seus escritos
poéticos.
.Publicar poesia de forma menos dispendiosa para o autor.
.Diminuir a distância entre autor, editor e processo de
edição.
.Transformar, através do reaproveitamento, a lata em
material artístico.
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